Petros sob risco

No final da última semana, os conselheiros eleitos da Petros foram surpreendidos com uma proposta de alterações diversas no regulamento do Plano PP2. Tais alterações foram amplamente negociadas entre a PETROS e a PETROBRÁS, sem que fosse ventilado o assunto aos participantes (principais atingidos) nem a seus representantes no Conselho Deliberativo. A proposta deveria ser deliberada na reunião do Conselho quarta passada.

O Conselheiro Kaschel negociou a retirada do item de pauta, mas o item foi mantido para surpresa dos conselheiros eleitos. No curso da reunião, os conselheiros eleitos informaram que por falta de tempo hábil para análise da matéria, bem como por falta de estudo de impactos (aspectos regulatórios, de seguridade e de investimentos) não poderiam apreciar a matéria, que, se levada a deliberação, receberia votos contrários deles. Então, foi informado que o Diretor Financeiro da PETROBRÁS queria a aprovação disso para já, visando implantação quase imediata. Inclusive foi aventada a possibilidade de uma reunião extraordinária do Conselho para deliberação sobre o assunto. O conselheiro Fernando Sá disse que não se comprometia nem com prazo para deliberação nem com voto, pois seria necessária documentação, estudos e apresentações para formação de convicção sobre o assunto, no que foi seguido pelos Conselheiros Kaschel e Norton.

Tudo indica que o plano de privatização da Petrobras está pronto.  Começará com a retirada de patrocínio para atender os compradores da companhia. É uma das metas do governo Bolsonaro.

Fernando Siqueira é diretor da AEPET