Na segunda-feira (8), a Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) reuniu especialistas para discutir “O Sistema da Dívida e a reiterada ameaça à Previdência Social”, em mais uma atividade de celebração dos 25 anos da entidade. Os ataques à previdência pública e a substituição do regime de benefício definido pelo de contribuição definida foram alguns dos tópicos debatidos, assim como a precarização do trabalho, a informalidade e a pejotização, que reduzem o número de contribuintes à Previdência Social.
O economista José Menezes Gomes, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), afirmou que o chamado déficit da Previdência não passa de uma construção ideológica. “A maior fake news da história é dizer que a previdência pública é insustentável. Essa narrativa serve para empurrar trabalhadores para os fundos de pensão, que nada garantem.” Ele lembrou que, bem no dia do debate, foi revelado que alguns fundos de pensão de funcionários municipais e estaduais têm em suas carteiras títulos do Banco Master sem proteção do FGC, dentro da lógica que os gestores são obrigados a seguir para obter o máximo rendimento possível.
A professora Juliana Teixeira mostrou como o desmonte da CLT e a chamada uberização do trabalho esvaziam as contribuições sociais. “Quando se desmontam direitos, fragiliza-se também a Previdência, deslocando recursos para um sistema que só favorece o capital”, observou.