É o petróleo, estúpido
A petroleira Saudi Aramco arrecadou US$ 25,6 bilhões com o lançamento inicial de ações (IPO), o que projeta um valor de mercado de US$
A petroleira Saudi Aramco arrecadou US$ 25,6 bilhões com o lançamento inicial de ações (IPO), o que projeta um valor de mercado de US$ 1,7 trilhão. Ainda que um valor fictício, pois bolsas de valores têm alta e baixas e estejam no topo neste momento impulsionadas pelo dinheiro a custo zero lançado de helicópteros, o resultado coloca a empresa de petróleo saudita como a maior do mundo neste critério, à frente de Google, Amazon e Apple, que cai para o segundo lugar, valendo cerca de US$ 1,15 trilhão.
A Aramco tem algumas características que incomodam os xiitas de mercado: é estatal, pesquisa, extrai e produz óleo de verdade e incentiva o conteúdo local (meta de 70% do fornecimento). O mais importante é sua razão de ser: é uma empresa de petróleo. Sim, o que diziam ser dinossauros condenados à extinção com o fim da era dos hidrocarbonetos. Pois é um desses monstros pré-históricos que agora lidera o ranking mundial em capitalização nas bolsas de valores, sinônimo do que pensa o mercado financeiro.
Outro ponto: apenas 1,5% do capital da empresa foi vendido. O restante permanece nas mãos do Estado, este monstro ineficiente, perdulário e que não sabe administrar uma empresa. Pelo menos, não na visão dos fundamentalistas brasileiros.
Por aqui, querem destruir a Petrobras à maneira de Jack: por partes. A estatal brasileira produz cerca de 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia, pouco menos de um terço dos 10 milhões da Aramco. Só por aí já dá para se ter uma ideia da importância e do tamanho da Petrobras. Abandonar o refino, a petroquímica e áreas correlatas só reduz o valor da empresa. Não basta só o exemplo da Aramco: o caminho pelo qual estão levando a estatal brasileira vai na contramão do setor petrolífero.
Fonte: Monitor Mercantil
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