
Buscando horizontes pela construção de uma Nação
Enquanto parte da elite dirigente se digladia nestes dias que antecedem a data de 7 de setembro, que comemora nossa Independência, os jovens bra
Enquanto parte da elite dirigente se digladia nestes dias que antecedem a data de 7 de setembro, que comemora nossa Independência, os jovens brasileiros, após anos de estudo superior, não conseguem obter vagas formais compatíveis com sua especialização, e, por outro lado, famílias pobres não conseguem sequer dispor de recursos monetários para pagar o caríssimo preço de uma cesta básica dos produtos de primeira necessidade.
O cineasta Silvio Tendler recentemente nos brindou com a película intitulada A Bolsa ou a Vida mostrando que a pandemia escancarou nossas mazelas de um modelo político-econômico que se anuncia incapaz de atender à coletividade brasileira, mas traz desigualdade crescente, florestas atingidas, biodiversidade atacada e impossibilidade de garantir condições mínimas de bem-estar para a maioria da população.
A pandemia atuou como indicador das fraquezas de um sistema anárquico. Vieram à tona as vulnerabilidades intrínsecas à fragmentação dos territórios dentro de nosso rico Brasil. Desindustrialização, precariedade, desemprego, medo do futuro e alta fragilidade e baixa solidez do sistema político liberal é que se apresenta.
A tendência à estagnação se enraíza em nossa economia, e a mobilidade social torna-se quase impossível. De modo tal, que um indivíduo que nasce pobre somente pode ser arrancado dessa condição caso se torne um excelente jogador de futebol, para migrar para o exterior, um ator famoso, um cantor popular ou um político disposto a "vestir" a camisa do respectivo "patrocinador" de ocasião.
A filosofia nos ensina que nós, seres humanos, fazemos livremente nossa história, embora sob condições que não são livremente decididas por nós. O pessimismo da razão precisa se metamorfosear no otimismo da ação para superar a restrição externa de divisas, a informalidade, a desigualdade de renda, a reprimarização da produção interna e a violência rural e urbana. Superar a procissão dos mortos e o vale de lágrimas!
Como mostra a cena final do filme de Tendler, ou seja, o que interessa à Pindorama é o espírito aguerrido de um povo que luta pela construção de uma Nação. Nos versos do maranhense Gonçalves Dias homenageando os Tamoios:
"Não chores meu filho, pois a vida é luta renhida. Viver é lutar, a vida é combate que somente os fracos abate, mas os fortes só podem exaltar. Valente serás, robusto, fagueiro, na guerra e na paz. Se o duro combate os fracos abate, aos fortes e bravos só pode exaltar". Viva o povo brasileiro!
Ranulfo Vidigal é economista.
Fonte: Monitor Mercantl
Receba os destaques do dia por e-mail
Cadastre-se para receber os principais conteúdos publicados pelo Jornalismo da AEPET.
Gostou do conteúdo?
Clique aqui para receber matérias e artigos da AEPET em primeira mão pelo Telegram.