Rosangela Buzanelli é a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás
Rosangela Buzanelli Torres
Rosangela Buzanelli Torres é engenheira geóloga formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). É a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás

Para ser fornecedor da Petrobrás, empresa terá que comprovar práticas de respeito e promoção dos direitos humanos

Petrobrás exige que fornecedores combatam trabalho escravo, infantil, assédio e discriminação

Publicado em 10/10/2023
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A Petrobrás implementou uma medida muito importante para fortalecer ainda mais suas políticas de respeito e integridade, exigindo a partir de agora novos requisitos para a contratação de fornecedores. Hoje, são mais de 234 mil empresas que prestam serviços à companhia e todas elas terão que demonstrar que estão comprometidas em respeitar, conscientizar e promover os direitos humanos. Essa passa a ser regra prioritária para que a empresa seja considerada plenamente apta a ser uma fornecedora da Petrobrás.

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Os processos de integridade de fornecedores, conhecido como Due Diligence de Integridade (DDI), incluem agora avaliar se as empresas possuem ações de promoção e proteção dos direitos humanos, como erradicação do trabalho análogo à escravidão, eliminação do trabalho infantil, prevenção do assédio moral e sexual e combate à exploração sexual e de toda forma de discriminação. Além de medidas que garantam a liberdade de associação e negociação coletiva e o fomento à diversidade e inclusão.

O DDI é um procedimento que foi adotado pela Petrobrás em 2015, com o objetivo de exigir dos seus fornecedores a garantia da existência e funcionamento de estruturas e mecanismos de governança, compliance e auditoria interna proporcionais ao tamanho, complexidade e criticidade de suas relações. Depois de passar pela análise, o fornecedor recebe um Grau de Risco de Integridade (GRI), que pode ser baixo, médio ou alto. Empresas com GRI alto ficam com restrições para fazer negócios com a companhia.

A atitude da Petrobrás é louvável, mas é fundamental que essa política se aplique a todos os fornecedores, sem exceção, nacionais e estrangeiros, inclusive aos estaleiros. A companhia tem optado por fabricar seus navios e plataformas em estaleiros fora do Brasil, principalmente em países da Ásia – até um passado não muito distante, esses estaleiros ofereciam um preço mais baixo também por conta das relações precárias de trabalho.

Que a Petrobrás olhe necessariamente para todos os seus fornecedores e seja fomentadora do respeito e da defesa dos direitos humanos não só no Brasil, mas também fora dele, em todos os países onde atua.

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