Raul Bergmann
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Petrobrás empresa não atua por vontade própria – é meio para um propósito

De um modo geral os pronunciamentos em defesa da Petrobrás são excelentes e pertinentes, inclusive de como restaurar seu papel central de Estat

Publicado em 11/03/2022
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De um modo geral os pronunciamentos em defesa da Petrobrás são excelentes e pertinentes, inclusive de como restaurar seu papel central de Estatal para o desenvolvimento do País.

No entanto ao citar a Petrobrás como responsável pela política de preços do PPI, pela exportação de petróleo bruto e importação de derivados, pela venda de patrimônios rentáveis a preços aviltados, entre inúmeros outros desmandos, está se colocando como se ela tivesse vontade própria e estivesse agindo autonomamente para a consecução desses desmandos contra os interesses dos brasileiros. Isso seguramente ajuda a denegrir sua imagem, como enfaticamente têm feito os seus detratores.

Os diversos vídeos divulgados pelas redes sociais são exemplo disso, nos quais a Petrobrás é citada e não os verdadeiros responsáveis, sua Direção.

Como qualquer instituição (empresa, indústria, sociedade, universidade, supermercado, loja, etc.) a Petrobrás atua de acordo com sua direção (Conselho de Administração e Diretoria) para atender aos interesses de seus proprietários, no caso o acionista majoritário – povo brasileiro -representado pelo Governo. Durante um certo tempo sua cultura interna resiste a desmandos e disfunções, mas isso vai diminuindo com o tempo, pois acaba sendo coagida ou convencida a aderir/silenciar.
Assim, todos esses absurdos contra o interesse nacional são de responsabilidade de sua Diretoria e CA, escolhidos pelo Governo, como acionista majoritário, que deveria representar o interesse nacional. A Petrobrás não é a responsável por esses desmandos, ela é o meio de sua Direção atingir seus objetivos escusos, sendo pois, eles, os culpados por tudo isso.

Essa administração está agindo como se a Petrobras fosse uma empresa privada, ou seja, visando somente o máximo lucro e o mais rapidamente possível, abusando de seu monopólio estatal, sem compromisso com sua sustentabilidade e o País. Também não tem compromisso com os verdadeiros investidores, que esperam estabilidade e garantia de rentabilidade de sua participação no patrimônio, pois está se desfazendo de ativos geradores de lucro, construídos em décadas de investimento, para atender a interesses pontuais meramente especulativos, comprometendo seu futuro.

O que estamos vivendo é pois uma amostra do que significará uma Petrobrás privatizada, sem compromisso com o País e seu proprietário, a população brasileira, cujos interesses deveriam estar representados pelo Governo na sua administração. Isso é agravado pelo fato de que, então, dificilmente poderemos periodicamente mudar sua administração para atender aos interesses do País e de todos nós.

Não dá para esquecer que, pelo menos desde a década de 70, a Petrobrás não recebe recurso público do Governo, e todo o seu crescimento e desenvolvimento foi com sua competência, produtividade e boa aplicação da rentabilidade auferida do mercado consumidor, ou seja, dos brasileiros. Além disso, garantiu uma permanente distribuição de lucros e dividendos justos para os acionistas, inclusive para o Governo como majoritário, e uma das maiores contribuições fiscais do mundo, sem sonegação.

Assim, para mudar isso privatizar a Petrobrás não é solução, pelo contrário, só vai agravar em caráter permanente esses problemas. A solução é simplesmente instalar uma Administração realmente comprometida com sua função de Estado para o desenvolvimento e soberania do País, que garanta lucratividade justa, e não abusiva, para seus acionistas, mudando de imediato essas políticas equivocadas de administração, como a de preço dos combustíveis e sua importação. Após isso, recuperar o patrimônio rentável "vendoado" e o peso acionário do Estado para estabilidade de seu controle.

Eng. Raul Tadeu Bergmann - Conselheiro da AEPET

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