Petrobrás retorna ao setor de fertilizantes
A reabertura da Fafen/PR (Araucária Nitrogenados), na Região Metropolitana de Curitiba, está sendo planejada para contribuir com essa nobre missão
O Conselho de Administração aprovou, em junho, os direcionadores estratégicos para o “PE 24-28” contemplando a retomada do segmento de fertilizantes. Decisão importantíssima! O presidente Jean Paul Prates informou que tem um grupo de trabalho (GT), criado pela Diretoria de Processos Industriais e Produtos, avaliando a reabertura da fábrica. Até aqui, os resultados são ótimos e apontam para a viabilidade econômica da retomada da Fafen/PR, que está fechada desde 2020. O parecer do GT deverá ser apresentado ainda este mês, mas, em função das obras necessárias, a repartida levará ainda cerca de oito meses.
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A Fafen/PR foi criada em 1982 pela Petrobrás, privatizada em 1993 e reestatizada em 2013. O governo anterior tentou novamente privatizar a unidade, mas, felizmente, as negociações não avançaram.
Com capacidade para produzir 1.975 toneladas por dia de ureia e 1.303 toneladas diárias de amônia, sua reabertura significa o retorno da Petrobrás na fabricação de fertilizantes. Essa iniciativa é importantíssima porque o Brasil depende fortemente das importações. O fornecimento de fertilizantes ao agronegócio ficou mais crítico com a guerra da Rússia e Ucrânia. Atualmente, o país compra cerca de 85% de sua demanda de insumos do exterior e ¼ desse volume vinha dos russos.
Além da volta da Fafen/PR, segundo o diretor Willian França, a Petrobrás também pretende concluir as obras da UFN3, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas (MS), que estão paradas desde dezembro de 2014. Ainda de acordo com o diretor, a Petrobrás também negocia uma parceria com a Unigel para a retomada das Fafens da Bahia e Sergipe, arrendadas pelo governo Bolsonaro por 10 anos, com a produção de hidrogênio verde. Notícias excelentes para a Petrobrás e para o Brasil. Levando-se em conta as condições das Fafens da BA e SE, considero a parceria estratégica para as metas da companhia de aumentar a oferta de fertilizantes, mas sem perder a perspectiva de criar condições para que essas fábricas voltem a ser estatais.
Retomar a construção das unidades planejadas e/ou inacabadas e reativar/modernizar as demais unidades da Petrobrás são medidas estratégicas para reduzir significativamente nossa dependência da importação dos fertilizantes nitrogenados, que são cruciais para nossa segurança alimentar.
De fato, é revigorante ver iniciativas como essas, direcionadas à reconstrução da nossa Petrobrás e do nosso país. Estamos no caminho certo. Parabéns a todos os envolvidos nessas importantes decisões.
Rosangela Buzanelli é a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás
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