Rosangela Buzanelli é a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás
Rosangela Buzanelli Torres
Rosangela Buzanelli Torres é engenheira geóloga formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). É a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás

Refinaria privatizada deixa baianos sem gás de cozinha

A população de várias cidades da Bahia enfrenta há alguns dias o desabastecimento de gás de cozinha. Se não bastasse essa si

Publicado em 16/11/2022
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A população de várias cidades da Bahia enfrenta há alguns dias o desabastecimento de gás de cozinha. Se não bastasse essa situação caótica, que fez com que mais da metade dos estabelecimentos de revenda da capital baiana fechasse as portas – a pauta foi amplamente divulgada pela imprensa local e nacional durante a semana –, o consumidor baiano ainda teve que digerir, neste final de semana, uma outra amarga notícia: o aumento no preço do botijão.
Segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o preço médio do gás de cozinha voltou a subir na semana até o dia 12. E esse reajuste foi impulsionado pela alta registrada em quatro regiões brasileiras, sendo uma delas o Nordeste, onde o valor do botijão aumentou 1,45%.
Quem abastece de derivados de petróleo a Bahia e grande parte do Nordeste, além do norte de Minas Gerais, respondendo por 14% da capacidade de refino no Brasil, é a Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), privatizada em dezembro de 2021.

Não havia desabastecimento enquanto a refinaria baiana era estatal, integrada no Sistema Petrobrás, e antes do golpe de 2016, os preços dos derivados eram mais justos para a sociedade. As privatizações criaram monopólios regionais privados, que facilitam o controle do mercado de determinada região. É sobre isso que temos falado e alertado todo esse tempo.
A atual gestora da Refinaria de Mataripe, Acelen, detém o monopólio do abastecimento de derivados de grande região do país, permitindo a prática de preços abusivos e, inclusive, de redução da produção, deixando populações desabastecidas.

Privatizar não reduz os preços e nem melhora a qualidade dos produtos e serviços como o “mercado” e seus corretores tentam nos convencer.
Privatizar setores estratégicos significa mercantilizar bens e serviços que o Estado deve prover à sociedade, pois se constituem em direitos básicos dos cidadãos e instrumentos de desenvolvimento socioeconômico.
#Privatizar faz mal ao Brasil

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