Equador abre as portas para intervenção dos EUA na América Latina com pretexto de combater as drogas

Especialista descarta que o Brasil estaria na rota de Trump de usar drogas como argumento para intervenção na região

Publicado em 20/02/2025
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Exército do Equador no combate a narcotraficantes (foto Presidência do Equador, via Xinhua)

O Governo do Equador propôs nesta quarta-feira que forças especiais de países aliados sejam temporariamente incorporadas à luta contra o “narcoterrorismo” para apoiar as ações das Forças Armadas e da Polícia Nacional. “As máfias e o narcotráfico atuam em redes internacionais, por isso é necessário atuar em conjunto para combatê-los de forma mais eficaz”, afirmou em nota a Secretaria-Geral de Comunicação da Presidência da República.

A nota foi divulgada após o presidente dos EUA, Donald Trump, classificar cartéis de drogas como organizações terroristas, e a companhia militar privada norte-americana Blackwater ter solicitado carta branca ao Governo dos Estados Unidos para atuar na América Latina.

Segundo reportagem da Sputnik Brasil, “apoiadores do presidente norte-americano defendem uma intervenção no continente latino-americano sob a alegação de conter cartéis de drogas. Um deles é o senador Mike Lee, que recentemente defendeu o uso de cartas de corso para que empresas privadas norte-americanas se engajem no combate ao narcotráfico na região em busca de lucro fiduciário”.

“As cartas de corso são autorizações dadas pelo governo para que entes privados engajem em pirataria contra alvos estrangeiros. Com essa autorização, companhias militares privadas poderiam confiscar bens de grupos narcotraficantes, não só com o intuito de combatê-los, mas também de lucrar”, explica a agência de notícias russa.

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Em entrevista ao podcast internacional da Sputnik Brasil, João Estevam, professor de relações internacionais da Universidade Anhembi Morumbi, descarta que o Brasil possa estar na rota de Trump se este decidir usar as drogas como argumento para uma intervenção em países da região. Isso porque, embora as facções brasileiras tenham ganhado força, o Brasil não é o principal fornecedor para os EUA, mas sim o México, alçado a esse posto nos anos 1990, após a desarticulação dos cartéis colombianos.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, instou a Assembleia Nacional (Parlamento) a se posicionar sobre a iniciativa de intervenção estrangeira, bem como sobre o projeto de reforma parcial da Constituição que busca eliminar a proibição de estabelecer bases militares estrangeiras no Equador.

Este projeto foi enviado por Noboa ao Legislativo em outubro passado com o objetivo de modificar o artigo 5º da Constituição vigente desde 2008, promovido pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017).

Com informações das agências Xinhua e Sputnik Brasil

Fonte(s) / Referência(s):

Jornalismo AEPET
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