A China derrotou de maneira impressionante o tarifaço imposto por Donald Trump. Os números do comércio exterior da alfândega chinesa, divulgados essa semana, revelam que o gigante asiático vem aumentando suas exportações, apesar das barreiras impostas pelos Estados Unidos. A corrente de comércio (exportação + importação) da China, em setembro de 2025, atingiu US$ 566,68 bilhões, marcando um aumento de 4,74% em relação ao mês anterior e um crescimento de 7,94% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Para uma análise mais aprofundada da evolução do comércio chinês, eliminando os ruídos da sazonalidade, a média móvel de 12 meses é a metodologia mais indicada. Nesse sentido, a corrente de comércio da China (soma de exportações e importações) atingiu uma média mensal de US$ 524,89 bilhões em setembro de 2025. O acumulado dos últimos 12 meses (outubro de 2024 a setembro de 2025) confirmou um recorde, totalizando US$ 6,3 trilhões.
É notável que esses resultados foram alcançados mesmo com a significativa redução do comércio com os Estados Unidos, que atingiu o menor nível em décadas. Na média móvel de 12 meses, a participação da corrente de comércio da China com os EUA no total foi de 8,08%.
A estratégia chinesa para contornar o tarifaço de Donald Trump incluiu o fortalecimento das relações comerciais com outros blocos econômicos. Em setembro, a corrente de comércio da China com os BRICS e a ASEAN cresceu, representando 10,11% e 15,91% do total, respectivamente.
Em relação ao Brasil, especificamente, a nossa corrente de comércio com a China em setembro de 2025 atingiu 3,27% do total, marcando o aumento expressivo da participação brasileira no comércio total chinês. As exportações brasileiras de carne e café para a China apresentaram um excelente desempenho em setembro, contribuindo para que o Brasil também superasse as agressões tarifárias impostas pelos Estados Unidos.
Em setembro de 2025, a China importou 143,12 milhões de dólares em café, representando um aumento impressionante de 119,11% em relação a setembro de 2024, quando havia importado 65,32 milhões de dólares. Da mesma forma, as importações de carne bovina congelada atingiram 1,6 bilhão de dólares, um crescimento robusto de 72,93% comparado aos 962,09 milhões de dólares importados no mesmo mês do ano anterior. Esses números, considerando produtos de todas as origens e não apenas do Brasil, refletem a dinâmica do comércio chinês com o mundo.







