O crescimento do Brasil como produtor e exportador de petróleo
AEPET segue criticando o papel neocolonial do Brasil como exportador de petróleo bruto
Após um declínio constante no primeiro trimestre deste ano devido a uma onda de manutenção e outras interrupções nos ativos operados pela Petrobras, a produção brasileira de petróleo bruto vem se recuperando desde a baixa em abril. Maio registrou um nível de produção de quase 3,33 milhões de bpd de petróleo bruto e condensado, um aumento de 132.000 bpd mês a mês. O número da linha superior relatado para junho é de 3,41 milhões de bpd, adicionando outros 87.000 bpd m/m. A Rystad Energy espera que a produção do país aumente ainda mais em 107.000 bpd m/m em julho para 3,52 milhões de bpd e continue aumentando para levar a produção do Brasil para 2024 para 3,76 milhões de bpd.
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O principal impulsionador desse crescimento é o aumento da produção dos três principais campos de petróleo do país – Tupi, Búzios e Mero. Espera-se que esses três combinados cresçam em quase 240.000 bpd no terceiro trimestre. Os campos Marlim e Marlim Leste também aumentaram significativamente em maio, em torno de 25.000 bpd e 48.000 bpd, respectivamente. O aumento da produção ocorre à medida que os ativos aumentam após as interrupções mencionadas anteriormente.
O próximo ano deve trazer um forte crescimento no Brasil de quase 400.000 bpd para mais de 3,9 milhões de bpd em média para 2025, liderado por novas plataformas nos campos de Mero e Búzios, juntamente com o novo projeto Bacalhau. Mero 3, Búzios 7 e Bacalhau Fase 1 são os maiores ativos programados para entrar em operação até o final de 2025 e devem somar 460.000 bpd combinados até o final de 2025.
A data de início de Mero 3 foi adiada para novembro deste ano, já que o FPSO Marechal Duque de Caxias só chegou em maio. Da mesma forma, o FPSO Maria Quitéria no campo de Jubarte está programado para iniciar em dezembro de 2024 e aumentar para mais de 90.000 bpd até o final do ano que vem.
As exportações brasileiras de petróleo bruto permaneceram estáveis em torno de 1,5 milhão de bpd em julho. Na verdade, o nível permaneceu quase o mesmo desde maio deste ano. A China foi o maior consumidor de barris brasileiros em julho, com quase 690.000 bpd, correspondendo a quase 45% das exportações totais de petróleo bruto do Brasil. As exportações brasileiras estão menores desde dezembro de 2023 devido à queda nos níveis de produção, no entanto, podemos antecipar exportações crescentes nos próximos meses, à medida que a produção de petróleo bruto se recupera.
Para a AEPET, o sucesso atual da produção brasileira é reflexo direto da política de investimentos da Petrobrás que, infelizmente, foi interrompida a partir de 2016, para possibilitar o pagamento de insustentáveis dividendos.
Insustentáveis pagamentos dividendos pagos pela atual direção da Petrobrás
Por outro lado, a AEPET se posiciona criticamente à exportação de petróleo bruto, num claro retorno do país ao papel submisso de colônia, sem nem ao menos cobrar imposto de exportação.
Com informações de Rystad Energy e Oilprice.com
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