Transição energética justa: o discurso de Lula e o artigo de Coutinho
Coutinho: "para que a transição energética seja justa é necessário reduzir as desigualdades da renda, da riqueza, do consumo de energia e das emissões per capita, tanto entre os países quanto dentro de cada país"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse: “Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias", em entrevista nesta quarta-feira (09) no encerramento dos Diálogos da Amazônia, que aconteceu paralelamente à Cúpula dos chefes de Estado e de Governo, em Belém (PA).
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O artigo de Felipe Coutinho, vice-presidente da AEPET, “A verdadeira transição energética justa” foi ainda mais preciso: “Para que a transição energética seja justa é necessário reduzir as desigualdades da renda, da riqueza, do consumo de energia e das emissões per capita, tanto entre os países quanto dentro de cada país”.
Lula ainda acrescentou: "a pobreza é um obstáculo à sustentabilidade", e não haverá sustentabilidade sem justiça". Os países das bacias da Amazônia, do Congo e de Bornéo-Mekong atuarão com determinação para preservar as três maiores florestas tropicais do mundo. Mas não se pode falar de florestas tropicais e mudança do clima sem tratar da responsabilidade histórica dos países desenvolvidos. Foram eles que, ao longo dos séculos, mais dilapidaram recursos naturais e mais poluíram o planeta. Os 10% mais ricos da população mundial concentram mais de 75% da riqueza e emitem quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera".
Por seu lado, o artigo de Coutinho acrescenta: “Os termos sustentabilidade e transição energética são tão repetidos quanto indefinidos, e usados como peças de propaganda, manipulação e agitação".
O vice-presidente da AEPET conclui em seu artigo: “para se desenvolver econômica e socialmente o Brasil precisa consumir muito mais energia. As energias potencialmente renováveis são mais caras de serem produzidas, menos confiáveis e dependem das fósseis para serem produzidas e mantidas. O Brasil já tem a matriz energética com maior participação relativa das renováveis entre os principais países do mundo e, para se desenvolver, precisa consumir muito mais energia confiável e relativamente mais barata, como o petróleo e o gás natural. Para alcançar padrões de desenvolvimento norte americano ou europeu, o Brasil precisa consumir cerca de cinco vezes mais petróleo e gás natural”.
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