Se aceitar o convite para ser membro efetivo da OPEP+, o Brasil precisaria participar da política de cotas para controle da produção do petróleo. Ocorre que são exportados do Brasil mais de 1,5 milhões de barris de petróleo por dia, sendo mais de 60% por petrolíferas estrangeiras e o governo brasileiro não sinaliza nenhuma medida para controlar e limitar a exportação de petróleo cru.

As declarações de cooperar com a OPEP+ são mais uma farsa puramente retórica, enquanto o Brasil avança em novo ciclo do tipo colonial e primário exportador, como alerta o artigo “Exportação de petróleo cru é recorde, Lula conduz o Brasil na rota colonial pavimentada por Temer e Bolsonaro”, do vice-presidente a AEPET, Felipe Coutinho.

Em entrevista, Jean Paul Prates disse que a Petrobrás deverá começar um estudo neste mês para analisar a viabilidade de abrir uma subsidiária da empresa no Oriente Médio. Ele se referiu à iniciativa como “Petrobras Arábia”.

Questionado sobre a ideia, Lula reagiu com ironia: “Não fui informado que vamos criar uma Petrobrás aqui”, afirmou. “A cabeça dele [Prates] é muito fértil, ele pensa em velocidade de Fórmula 1 e eu funciono em velocidade de Volkswagen”.

A AEPET vem criticando as prioridades de Prates e sua diretoria, principalmente quanto à suposta transição energética, e ao pouco empenho para o fim efetivo dos Preços Paritários de Importação (PPI), para a recuperação dos importantes ativos que foram vendidos, quanto aos baixos investimentos e elevadíssimos pagamentos de dividendos e à desconsideração de políticas de investimentos com alto conteúdo nacional.