Petrobrás fora da distribuição gera distorções nos preços de combustíveis, aponta Ineep

Entre 16 maiores petroleiras, só 3 não atuam na distribuição

Publicado em 20/08/2025
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Edifício sede da Petrobras no Centro do Rio (Foto: Fernando Frazão/ABr)
A maioria das grandes petroleiras globais, estatais e privadas, mantém participação no setor de distribuição de combustíveis, considerado essencial para estabilidade financeira, segurança de abastecimento e regulação de preços. É o que mostra um levantamento do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), divulgado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que cobra que a Petrobrás volte a atuar nesse mercado, seguindo o modelo das principais companhias internacionais.

Petrobrás fora do grupo majoritário

Segundo o estudo, das 16 empresas analisadas com base em indicadores de receita e valor de mercado, apenas três não possuem presença no segmento de distribuição: Petrobrás, Equinor e QatarEnergy. No Brasil, a estatal deixou o setor em 2019, após a privatização da BR Distribuidora.

Para a FUP, essa saída reduziu a capacidade do país de coordenar o mercado interno e de proteger a população das variações externas. “O impacto é sentido em toda a economia, pois a alta dos combustíveis encarece o transporte, os alimentos e toda a cadeia produtiva”, afirma o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar.

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Importância estratégica da distribuição

O diretor do Ineep, Mahatma Ramos, ressalta que o anúncio do retorno da Petrobrás à distribuição de GLP (gás de cozinha) representa um passo importante para reconstruir a estatal como empresa integrada. “O anúncio da volta da Petrobras ao segmento de distribuição de GLP é um importante passo no resgate de uma empresa integrada e capaz de atuar como instrumento de política pública no Brasil”, destacou.

Ele, no entanto, chama atenção para as barreiras herdadas do governo anterior, que não apenas privatizou ativos estratégicos, mas também impôs restrições até 2029 para a volta da estatal à distribuição de derivados líquidos. “São elas que impedem um controle social e democrático mais eficaz da flutuação dos preços dos combustíveis no Brasil”, afirmou.

Descompasso entre refinarias e bombas

Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que entre janeiro de 2023 e abril de 2025 os preços nas refinarias tiveram quedas expressivas — 23,9% no diesel, 2,2% na gasolina e 17% no gás de cozinha. No entanto, ao consumidor final, os reajustes seguiram caminho oposto: a gasolina subiu 25,5%, o diesel caiu apenas 2,3% e o GLP recuou somente 0,7%.

A mesma tendência foi registrada entre janeiro de 2023 e agosto de 2025. Mesmo com reduções de 6,5% na gasolina, 26,6% no diesel e 6,9% no gás de cozinha nas refinarias, o consumidor viu a gasolina subir 21,1%, enquanto diesel e GLP caíram de forma tímida — 7,4% e 0,6%, respectivamente.

FUP reforça necessidade de retorno

Para a FUP, os dados confirmam a necessidade de a Petrobrás reassumir o controle da distribuição e comercialização. A presença da estatal no setor é vista como essencial para garantir que reduções feitas nas refinarias cheguem efetivamente ao bolso do consumidor.

Fonte: Site das companhias/Elaboração: Ineep ((Photo: Reprodução)) Reprodução

Fonte(s) / Referência(s):

Jornalismo AEPET
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