reunida em São Paulo. Da última tivemos a Semana de Arte Moderna que nos trouxe as mais novas manifestações estrangeiras, mas incentivou o nacionalismo artístico, inclusive sob a forma do antropofagismo de Oswald de Andrade, ressuscitado no Tropicalismo dos anos 1960.
Mas ambos movimentos foram se perdendo no tempo. Nem nos revelamos, salvo em sempre honrosas exceções, fundadores de movimentos artísticos genuinamente brasileiros, nem conseguimos construir uma estrutura nacional de poder. Permanecemos eterna colônia.
Mas com nova situação que considero mais grave. Se fomos colônia de outros Estados Nacionais, agora somos colônia de um sibilino sistema: a banca ou o sistema financeiro internacional ou, ainda, da nova ordem mundial (sic).
Mais perigosa do que uma ideologia, que tanto assustou, em passado recente, a sociedade brasileira. Pois a ideologia procurava o convencimento ou impor-se pela força. A banca toma-nos pela fraude, pela astúcia e pela mais desregrada corrupção.
Quando Tomé de Souza desembarcou na Bahia (1549), 1º Governador-Geral do Brasil, trouxe na bagagem as instituições com que fundaria esta colônia: defesa, justiça e fazenda. Nem uma única abertura para a assimilação dos nacionais, ou para a produção com recursos aqui existentes, ou para qualquer tipo de progresso. A fazenda cuidaria das rendas mercantis e da apropriação de ganhos porventura produzidos.
A banca administra o Brasil, ininterruptamente, desde 1990, e já aparelhou boa parte das instituições: as mesmas justiça e fazenda que nos trouxe Tomé de Souza. E a consequência visível está no desmantelamento do sistema produtivo, no desemprego, na corrupção por toda parte, e na consequente insegurança.
O que esperar para 2019?
Um governo que poderá concluir seu período festejando o novo e soberano Brasil, exatos 100 anos da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana e da Semana de Arte Moderna? Ou um triste Brasil, colonizado, recuando ao modelo agrarioexportador dependente, vivendo das sobras das especulações estrangeiras com o câmbio e com o preço das commodities: agrícolas, de energias e minerais?
As possibilidades se abrem.
Manter a estrutura atual, afastando algumas moscas para que outras pousem; prosseguindo o desmonte do Estado com a alienação dos bancos de fomento e comerciais, das empresas de energia e do sistema integrado de petróleo, e com o que restou da produção nacional. Ou, como na proposta dos tenentes de 1922, 1924, 1925 a 1927: refundando o Estado Nacional Brasileiro. Assumindo sem medo e sem mácula as funções que cabem ao Estado e foram sempre usadas para a construção das grandes potências: Estados Unidos da América, Rússia, e hoje a China. Pois foi e é com o Estado, seus investimentos, sua estrutura adequada às nações, desenvolvendo tecnologias, que foram e ainda são construídos estes países. Nenhum “mercado” construiu qualquer nação, mesmo as de menor territórios e populações. Imaginem este imenso Brasil!
Pedro Augusto Pinho
Comentários
Pedro Pinho, melhor restringir-se à função de avô que desservir quem precisa de clara visão da realidade atual.
Tive a candente constatação de que sextuplicação de dívida pública de 500 anos em apenas 13 anos, de superfaturamentos, de propinas pessoais e partidárias, de quase falência de muitas estatais, Petrobras, Eletrobras e Caixa incluídos, de enormes rombos em fundos de previdência, PETROS, Funcef e Postalis incluídos, com necessidade de equacionamento na PETROS, de equacionamentos sucessivos no Funcef e de total extinção no Postalis, de criação de uma Sete Brasil para ajudar a assaltar todos esses fundos, de fartos e baratos subsídios do BNDES a países sem geração de empregos internos, muitos desses países ditaduras sanguinárias declaradas. Tive a clara visão de que tudo isso muito pouco teve a ver com fatores alóctones, tendo tudo sido criado internamente para a destruição interna também, mas a benefício de alguns poucos.
Palocci: Ele falou: ‘olha eu chamei vocês aqui porque o pré-sal é o passaporte do Brasil para o futuro, é o que vai nos dar combustível para um projeto político de longo prazo no Brasil, ele vai pagar as contas nacionais, vai ser o grande financiador das contas nacionais, dos grandes projetos do Brasil, e eu quero que o Gabrielli faça as sondas pensando neste grande projeto para o Brasil. Mas o Palocci está aqui, Gabrielli, porque ele vai lhe acompanhar nesse projeto para que ele tenha total sucesso e para que ele garanta que uma parcela desses projetos financie a campanha dessa companheira aqui, Dilma Rousseff, que eu quero ver eleita presidente do Brasil’.
Deu no que deu...
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